domingo, 22 de dezembro de 2019

SOURE: PROJETO DE ACESSIBILIDADE NA PRAIA EMOCIONA VOLUNTÁRIOS E CADEIRANTES

Emoção, comprometimento e a sensação do dever cumprido foram as sensações de muitos voluntários que participaram da primeira edição do projeto Praia Acessível Barra Velha, que levou idosos e crianças com deficiência ou mobilidade reduzida à Praia da Barra Velha na tarde deste sábado (21), em Soure, no Marajó.

“Ainda estou extasiada com o projeto. Gratidão resume o dia de hoje. Ver a alegria e o brilho nos olhos das pessoas contempladas pelo projeto é de lavar a alma e encher o coração de amor”, comentou a estudante do curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Pará, Carol Bino Pinheiro, de 28 anos, no grupo de voluntários e apoiadores do projeto no WhatsApp.

Carol coordenou a equipe de cozinha do projeto, responsável pela organização dos lanches e sucos, além dos cuidados com a higiene para manter a praia limpa. “Ter a oportunidade de participar de momentos como o de hoje, nos fazem acreditar que podemos sim fazer o bem, espalhar amor e mudar o rumo das coisas. Dá sim pra fazer toda a diferença na vida, nessa vida e na vida de muitos outros. Projetos como o Praia Acessível nos fazem ver além, a pensar no próximo com mais empatia e nos fazem ser mais felizes”, comentou a estudante.

“É a primeira vez que tenho contato com pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e quando soube do projeto me interessei em participar da reunião. Quando vi os primeiros cadeirantes entrando na praia me deu um nó na garganta, aquela vontade de chorar e ao mesmo tempo meu coração estava cheio de felicidade”, contou a estudante Cláudia Bezerra, também da Uepa.

“Nós fizemos um vídeo com os pais falando desse momento e alguns relataram que era a primeira vez que iam a praia depois de muitos anos”, comentou a guia de turismo e agente de viagem, Andrea Scafi, da coordenação da equipe de transporte.

Ela relata que um dos momentos mais emocionantes foi quando foram buscar o primeiro cadeirante em sua residência. “Era um idoso de 60 anos que foi pescador a vida toda, mas há sete anos não frequentava a praia, pois sofreu um acidente e teve a perna amputada. Como ele como não falava, pediu à esposa dele para ficar olhando para o mar. Foi muito significativo ele poder voltar à praia, infelizmente nas condições atuais, mas ter um lazer numa tarde de sábado”.

Andrea relatou ainda que já teve o privilégio de atender uma família com uma cadeirante em 2015. “Hoje vendo a passarela de bambu que foi confeccionada pela Associação dos Moradores da Praia da Barra Velha para receber os cadeirantes do projeto, eu me recordei da dificuldade que tive ao chegar com uma turista cadeirante na praia. Então é uma evolução e uma emoção muito grande que a gente está sentindo. A palavra que eu resumo no dia de hoje é superação”.

De acordo com a organização do evento, de toda as atividades programadas, os participantes não tiveram acesso apenas à montaria em búfalos do 8º Batalhão da Policia Militar de Soure. Devido ao forte verão no Marajó, os búfalos adoeceram, mas devem participar da próxima edição do evento.

O Projeto Praia Acessível Barra Velha atendeu idosos e crianças da Associação de Pais, Amigos e Deficientes de Soure e foi realizado pela Associação Desportiva de Deficientes do Marajó, sediada no município de Portel, sede da sétima edição do projeto na comunidade de Arucará, realizada no último final de semana.

A edição em Soure contou com a coordenação da professora Andrenna Scafi e apoio da Rede Viva Marajó. Cerca de 200 pessoas participaram da ação na Praia da Barra Velha, entre profissionais, estudantes de vários cursos das universidades do Marajó e empresários locais.

Texto: Julie Rocha

Via: Dário Pedrosa

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