Essa descida de preço foi logo depois do primeiro leilão à vista, que pegou os investidores no susto. O segundo leilão ajudou a sustentar valor. Mas a moeda americana foi ganhando força. No fim do dia, o dólar fechou na maior cotação da história: R$ 6,09
Enquanto não recebe um sinal concreto de compromisso com o equilíbrio fiscal, o mercado de câmbio sofre os efeitos da desconfiança. O Banco Central do Brasil fez nesta segunda-feira (16) dois leilões de dólares na tentativa de conter a disparada da moeda. Mas não adiantou. A cotação fechou no maior valor da história.
Toda roda de negócios é como uma roda de conversa. Se a linguagem é o câmbio, quem sente firmeza na economia do Brasil troca dólar por real. Quem enxerga motivos para desconfiar, compra dólar, considerada a moeda mais segura do mundo. O economista Rodrigo Marchatti explica o movimento do dólar nas últimas semanas:
"Perde fundamento e as pessoas, algumas que estão posicionadas vão para o desespero e vendem a qualquer preço, não tomam as decisões pautadas... Há dois, três dias, eu achei que dava para comprar nesse preço. Passaram três dias e aquilo só andou contra, as pessoas meio que vão jogando a toalha. As pessoas que eu digo são, principalmente, tesourarias, os fundos de investimento, os grandes tomadores de posição desse mercado financeiro. E isso gera um efeito manada. As pessoas veem o dólar disparando e mais pessoas físicas vão querer mandar dólar para fora, ou comprar dólar, e aí o Banco Central tem que trazer um pouco de calma", afirma Rodrigo Marchatti, economista e diretor da Veedha Investimentos.
Foi um "muita calma nessa hora": a maior venda direta de dólares à vista desde a pandemia. Quando a situação preocupa, inundar o mercado ávido por dólares é o jeito que o Banco Central tem para intervir dentro da regra do sistema flutuante de câmbio.
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