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Rádio Rural FM do Marajó
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018
01 DE MARÇO DE 2018, ABERTURA DA PESCA EM LIMOEIRO DO AJURU-PÁ
No dia 1º de março de 2018, acontece a abertura da pesca no município de Limoeiro do Ajuru, o sol vai raiando preguiçoso e o pessoal já está na ativa. O trabalho de pesca começa com um serviço complicado: procurar os cardumes de mapará na imensidão da Baia do Tapará. Para isso, os pescadores contam com uma equipe especializada, comandada pelo taleiro, personagem fundamental dessa atividade. Entenda como é realizado mais ou menos esse trabalho todos os anos.
Um pescador vai na frente da canoa mergulhando a vara comprida, chamada de tala. Enquanto os taleiros tentam localizar os cardumes de mapará, os outros pescadores do grupo ficam no aguardo, prontos para entrar em ação. A espera pode levar horas.
De repente, a calmaria se transforma em agitação. Esse momento é decisivo. Os taleiros já deram o sinal, os cardumes já foram localizados e o grupo segue em fila para fazer o bloqueio do mapará.
O bloqueio, ou borqueio, como dizem na região, nada mais é do que cercar o cardume no rio. A rede é lançada por dois barcos que vão fazendo um grande círculo. Quando os dois grupos se encontram, os ribeirinhos amarram as pontas da rede e o cercado está pronto. Com o mapará preso, os pescadores vão fechando o círculo e, aos poucos, deixando o peixe com menos espaço. O serviço precisa do apoio de um time de mergulhadores. Além das boias em cima, a rede tem chumbo na parte de baixo. O bloqueio é normalmente feito em áreas onde a profundidade do rio não passa de dez metros.
Conforme o trabalho avança, vários barcos, com turistas e moradores da região, se aproximam do bloqueio. Aos poucos, o bloqueio vai mudando de forma e o volume de curiosos aumenta. É tanto barco e tanta gente tirando foto que a polícia precisa ser acionada para evitar acidentes. Uma hora e meia depois do início do bloqueio, finalmente o trabalho vai chegando ao fim com a rede mais apertada e os barcos em volta. Em instantes, é possível ver os peixes. Para retirar o cardume do rio, alguns dos pescadores entram no cercado e enchem os cestos. O trabalho é pesado e leva tempo.
A produção do dia, com toneladas de peixes, é despejadas em barcos da comunidade. Com tanto mapará, muitos visitantes ficam ouriçados e fazem de tudo para conseguir um pouco. A doação, em pequena quantidade, faz parte da tradição. Mas a polícia continua presente para evitar exageros. A agitação da abertura da pesca se repete, todos os anos.
Terminado o bloqueio, os barquinhos retornam para as ilhas e rios sede do município de Limoeiro do Ajuru. O mapará é dividido entre os pescadores e os membros da associação de pesca e acordo de pesca do município. Cada família também recebe um pouco de peixe para consumo próprio.
O trabalho é realizado sempre fora do período do defeso e com redes autorizadas por lei, evitando, por exemplo, o uso de malha fina para não pegar peixe pequeno.
Com o peixe na brasa e uma boa conversa, as famílias comemoram o início de mais uma temporada de pesca do mapará, uma fonte de renda e alimento para milhares de pessoas no município de Limoeiro do Ajuru - O Paraíso do Tocantins.
Apoio: Prefeitura Municipal de Limoeiro do Ajuru - O trabalho é agora, através da secretaria de pesca.
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