Lideranças do Marajó vão debater sobre a violência nos rios (Pirataria e prostituição infantil) e também os impactos sociais e ambientais que poderão surgir a partir da implantação de portos para transposição de grãos, prevista para a enseada do Malato, em Ponta de Pedras. O seminário “Desafios do Arquipélago do Marajó” vai acontecer na cidade de Ponta de Pedras, nos dias 17 e 18 de fevereiro (sexta-feira e sábado), na sede Camboa, e contará com a presença de representantes de órgãos da área de segurança e das empresas ligadas ao setor de logística de transporte e armazenagem de grãos.
O evento está sendo organizado pelo “Comitê de Segurança e Desenvolvimento do Marajó - Todos Juntos na Mesma Canoa”. Foram convidados representantes de instituições como Polícia Civil, Polícia Militar, Capitania dos Portos, IV Distrito Naval, Polícia Federal, Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual; de Igrejas; prefeituras do Marajó, entidades ambientais e de direitos humanos, além de dirigentes das empresas que vão se instalar na região.
Pirataria - A pirataria nos rios da Amazônia está assumindo proporções intoleráveis. São constantes, no Marajó, os ataques às pequenas, médias e grandes embarcações, provocando pânico, terror e prejuízo às pessoas. São grupos bem armados que se escondem nos furos e utilizam lanchas, voadeiras, rabetas etc... para atacar e fugir com rapidez. Tem desafiado o aparato de segurança pública a enfrentar esse tipo de crime, que tem produzido ferimentos, traumas e insegurança para a maioria da população. “Está na hora de acabar com isso”, diz João Ribeiro, um dos organizadores do seminário. “Temos certeza que somente com a participação de todos encontraremos meios eficazes de combater esse mal que nos afeta. Outros graves problemas são o tráfico de drogas e a prostituição infantil nos rios da nossa região”, explica Ribeiro.
Desenvolvimento? - Potencialmente, o Marajó conta com a expressiva beleza natural como forte atrativo para o ecoturismo. E também com a fartura de peixe e camarão; um significativo volume de açaí em grãos; além da produção e industrialização do leite de búfala, que apontam para a necessidade de consolidação de um arranjo produtivo local. “Mas existe a necessidade de investimento no conhecimento científico, capaz de identificar as riquezas da nossa biodiversidade, que nos assegurariam um desenvolvimento sustentável”, justifica.
O folder de divulgação do evento informa que enquanto o Marajó tem reduzido peso político para assegurar a implantação do Plano de Desenvolvimento Territorial e Sustentável da região, propostas externas atropelam o processo. “Essas experiências podem até proporcionar algum tipo de melhoria por algum tempo”, explica Ribeiro, “porém com um custo ambiental e social que precisamos dimensionar. É o caso, por exemplo, do projeto de instalação de portos na enseada do Malato, em Ponta de Pedras, na perspectiva do modelo exportador de grãos. Precisamos conhecer bem as propostas e seus impactos para a região e nossa gente”, conclui um dos líderes do movimento, que aponta para a necessidade de maior organização das lideranças institucionais e dos movimentos sociais do Marajó.
Serviço – Maiores informações podem ser obtidas pelos fones (91) 998128677, 992453108 e 982095478 ou pelo email todosjuntosnamesmacanoa@gmail.com Ou ainda na internet: https://www.facebook.com/comitetodosjuntosnamesmacanoa/
Fonte: Página: Defesa do Marajó
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