A mistura de raças, cheiros e sabores, marca os 400 anos
de Belém que vai ser comemorado nesta terça-feira. A cidade foi fundada em 12
de janeiro de 1616, pelo navegador Francisco Caldeira Castelo Branco e
carrega traços portugueses. No bairro da Cidade Velha, onde surgiu a primeira
rua de Belém, chamada rua da Ladeira, que liga a Feira do Açaí ao Largo da
Sé, casarões antigos, museus, palacetes e igrejas fazem parte do
patrimônio histórico da cidade. É ainda nesse antigo bairro, que está guardada
a memória dos índios, negros e portugueses, pioneiros no povoamento da cidade.
A historiadora Stella Pojuci comenta o crescimento da Belém ao longo desses
anos. “Belém é uma cidade que está aí nos seus 400 anos, ela é uma senhora,
digamos, de 400 anos. Uma cidade pluriétnica, porque nós temos uma mistura
muito grande de etnias, de cores, de odores, de religiões ou de religiosidade,
de sons. Então, Belém hoje é uma cidade extremamente multifacetada e há alguns
historiados, alguns sociólogos, que dizem que nós não temos
uma Belém, nós temos várias Belém.
Então, hoje, nós temos uma cidade que, digamos assim, ela tem mistura de
estilos. Aqui um bairro já se mistura no outro, Batista Campos é misturado com
Jurunas, Canudos misturado com Terra Firme e Belém está aí”. REPÓRTER: Os
belenenses também foram privilegiados com a maior casa de espetáculos do
Norte, o Theatro da Paz. Um dos mais luxuosos do Brasil, ele foi fundado em
1878, no período do Ciclo da Borracha. A pintura do teto central
representa a mitologia greco-romana, com o Deus Apolo conduzindo a Deusa
Afrodite e as musas das artes para a
Amazônia. O Theatro da Paz é cercado pela Praça da República e pelo Cine
Olympia, considerado um dos cinemas mais antigos do Brasil em funcionamento. A
belenense e pedagoga Denise Sis, de 49 anos, destaca ainda outras belezas que
fazem parte de Belém.
“Em primeiro lugar o nosso lindo,
maravilhoso Ver-o-Peso, que é a maior feira da America Latina e isso é muito
importante, eu acho isso lindo. As nossas mangueiras que fazem parte da
nossa cultura e também a questão do povo em si. Eu acho o paraense, sou até
suspeita de falar, mas eu acho o paraense em si um povo muito
hospitaleiro, muito alegre”.
REPÓRTER: Uma referência da cidade
de Belém é a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, erguida em 1852. No local, o
caboclo Plácido encontrou a imagem da padroeira dos paraenses. A Basílica faz
parte da maior procissão religiosa do mundo, o Círio de Nazaré, que reúne
milhares de devotos em uma procissão marcada pela fé. A Basílica de Nazaré
recebeu o título
de Santuário Mariano da Arquidiocese de
Belém. Ela é a única Basílica da Amazônia. Considerado um povo religioso, a
dona de casa Gorete Picanço, de 69 anos, garante que os paraenses são
abençoados.
“Primeiramente os parabéns para
Belém, que é uma cidade belíssima, apesar de tantas controvérsias que há de
falta de segurança, a falta muitas vezes de limpeza, mas se a gente for olhar
um todo, nós somos beneficiados por essa cidade, por tantas coisas, tragédias,
que acontecem aí fora e eu sempre digo que nós somos abençoados. E nós estamos,
realmente, sob essa proteção de Deus e Nossa Senhora na nossa cidade”.
REPÓRTER: A universitária Rafaela
Pereira, de 30 anos, ressalta que a cidade das mangueiras é maravilhosa,
mas deseja melhorias para Belém no aniversário de 400 anos.
SONORA: Universitária, Rafaela Pereira. “Eu desejo que a cidade pudesse
melhorar mais, que a gente vê as obras que a prefeitura faz e que ela pudesse
concluir para a melhoria do trânsito, saneamento básico e a saúde. Eu acho que
se a gente tivesse essas três vertentes, eu acho que a gente poderia ser uma
cidade muito melhor para poder acolher até os turistas que vem para a cidade. A
cidade é uma cidade maravilhosa, uma cidade muito bonita”.
REPÓRTER: O aniversário de 400
anos de Belém vai ser comemorado nesta terça-feira, 12 de janeiro, com uma
extensa programação realizada pela prefeitura. O tradicional bolo de 100 metros
vai ser cortado no Ver-o-Peso.
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